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Completam três semanas os bloqueios de estrada que impedem o trânsito na fronteira entro o Peru e a Bolívia, no trecho entre Yoroko (Peru) e Desaguadero (Bolívia), na zona do lago Titicaca.
Os protagonistas dos bloqueios são integrantes das comunidades aymaras do altiplano peruano, e protestam contra o projeto de mineração Santa Ana, da Bear Creek Mining Company, empresa formado por capitais estadunidenses e peruanos e que antes era uma subsidiária da Kennecott Cooper Corporation, também dos EEUU. O projeto para a exploração de prata na província de Chucuito prevê a produção de 4,6 milhões de onças ao ano (aproximadamente 130t), com uma vida útil de 12 anos a contar do início da extração do mineral, prevista para 2014.
As comunidades aymara afirmam que as atividades da mineradora irão contaminar as águas do Titicaca, assim como prejudicar as atividades agrícolas essenciais da região. A polícia peruana estima que são cerca de 7.000 manifestantes, distribuídos em seis pontos de bloqueio.
Enquanto representantes do agronegócio boliviano (na província de Santa Cruz) reclamam pelas perdas decorrentes da impossibilidade de trânsito para a exportação de sua produção, exigindo soluções do governo peruano, os manifestantes se preparam para um possível enfrentamento com forças policiais destacadas para dispersar os bloqueios. Os jornais bolivianos destacavam que, ontem, foram vistos preparativos de fundas feitas de fibras de lhama e ovelhas, para lançamento de pedras e bananas de dinamite, enquanto as lideranças comunitárias afirmam que só suspenderão os protestos após o cancelamento da concessão à mineradora.
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