de: Alter-latina.com
Após uma jornada trágica de enfrentamentos, ocorrida na última sexta-feira, entre os manifestantes contrários à atividade mineira na região do altiplano peruano e forças policiais e militares, que tiveram como saldo a morte de cinco manifestantes e um policial desaparecido, o governo de Alan García emitiu cinco decretos supremos revogando as concessões na região.
Os enfrentamentos ocorreram na cidade de Juliaca, onde manifestantes vindos da cidade de Azángaro tentaram ocupar o aeroporto local, invadindo a pista e queimando três veículos estacionados naquele espaço. A reação policial para a retomada do controle do aeroporto levou o enfrentamento a outras zonas da cidade, desencadeando uma onda de saques que só pôde ser controlada à noite. Assim como em Juliaca, em Azángaro também houveram protestos, e sedes de orgãos do governo, em especial postos policiais, foram atacadas. Mais de cinquenta pessoas foram atendidas nos hospitais da região, todas com ferimentos à bala.
Os protestos em Juliaca tinham como motivo a mineração informal de ouro na região ao norte de Puno, que vem contaminando as águas do rio Ramis. Estes protestos se solidarizaram com as mobilizações aymara na região de fronteira com a Bolívia, onde as comunidades locais vêm há meses protestando contra o Projeto Santa Ana, da Bear Creek Mining Company, para a mineração de prata na zona do Titicaca.
O governo respondeu, tardiamente, às mobilizações, revogando as concessões e emitindo decretos que reforçam as exigências ambientais sobre a atividade mineradora, apenas após a agudização do conflito ter levado à morte de manifestantes. Já a Bear Crrek anunciou que tomará todas as medidas legais para garantir a continuidade do projeto Santa Ana, enquanto analistas do setor demonstram preocupação com o ambiente para seus investimentos.
Os jornais locais anunciam o retorno da normalidade na fronteira entre o Peru e a Bolívia, com o trânsito livre de veículos nos dois sentidos.
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